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O fisioterapeuta de Diogo Jota, Miguel Gonçalves, entrou em direto para o canal Now e revelou que esteve com o futebolista na noite anterior ao acidente de viação que levou a sua vida.
O fisioterapeuta começa por explicar que Diogo Jota sofreu “uma pequena fratura na costela num jogo ao serviço do Liverpool“: “Faz um pneumotórax no final do ano passado, recuperado, entretanto teve uma recidiva, teve indicação para ser operado antes da Liga das Nações. Só para perceber o profissional e o homem dedicado que ele era ao futebol, à seleção e à sua arte, ele escolheu não ser operado antes da Liga das Nações para dar o seu contributo na Seleção Nacional. Ele tinha o feeling que Portugal ia ganhar e ganhou. E depois sim é operado e, como teve um pneumotórax, teve que fazer um procedimento cirúrgico, que é um espécie de colar a pleura ao pulmão“.
Não era recomendado que viajasse de avião “nas primeiras cinco, seis semanas“. Por isso mesmo é que Diogo Jota optou por fazer a viagem de regresso a Liverpool de carro.
“Ele veio para Portugal, não veio de avião, compromissos familiares e, inclusive, o seu casamento. Veio para Portugal de barco, depois de carro, passa as suas férias, está com a sua família. Entretanto, faz fisioterapia respiratória comigo no tempo que está cá, faz uma recuperação fantástica, o Diogo era um profissional dedicado, colaborante, cumpridor de todas as recomendações clínicas“, partilhou.
Miguel Gonçalves ainda contou: “Estive com ele antes dele viajar, ele estava animado, sentia o pulmão normal, sentia-se bem, estava orgulhoso pela sua recuperação, estava com uma vontade enorme de começar a pré-época. De facto, viajou com o seu irmão de carro para depois apanhar o ferry que o levava ao sul de Inglaterra, para depois se apresentar na segunda-feira em Liverpool, para uma avaliação pelo departamento médico“.
“Eu estive em casa dele ontem à noite, para o último tratamento. Estava bem-disposto, estava muito orgulhoso de ter recuperado do seu problema pulmonar, estava feliz. Estavam os dois entusiasmados, tinham passado algum tempo juntos na viagem. Foi trágico, porque ele tinha recuperado bem, estava pronto para regressar, sabia que não podia andar de avião, planeou tudo ao detalhe, ele não ia direto para Santander, ele ia ficar num hotel a meio para não se cansar“, acrescentou.
Os jovens ainda optaram por viajar de noite para evitarem altas temperaturas: “Era mais fácil, menos trânsito para ele, o calor que se sente em Portugal e em Espanha viajar seis a oito horas de carro também não era confortável. Ele preferiu estar mais tempo com a família, jantar, descansar e depois fazer uma viagem até mais ou menos a meio do caminho para acordar de manhã e continuar a sua viagem para apanhar o ferry. Uma das justificações foi de facto mais conforto na viagem à noite“.
Miguel Gonçalves frisou: “Ainda está difícil acreditar que ontem estávamos a despedir-nos e estávamos a combinar uma reunião para continuar a recuperação dele em Liverpool“.
“Nós combinávamos sempre a sessão de fisioterapia ao final do dia. Eu comecei a vê-lo no sábado, ontem já foi a sessão final, ele já tinha o pulmão praticamente expandido, pulmão direito e pulmão esquerdo estavam perfeitamente idênticos. Foi mais a despedida, uns exercícios só para ver como é que ele está, entregar em mão a declaração para ele entregar ao departamento médico de Liverpool para que eles saibam tudo o que ele faz aqui para depois continuar lá, até tínhamos combinado uma reunião online com o departamento médico do Liverpool para tentar perceber se ele precisava ou não de continuar alguns exercícios“, detalhou.
“Até ao último momento, a recuperação dele foi feita em casa, com os filhos dele, com a esposa, com o irmão, com os amigos. Ele foi embora, despediu-se da família e foi com o irmão, a família ia lá ter de avião e iam-se encontrar todos em Liverpool na sexta-feira. Sim, ele juntou este último dia, mal sabia ele o que ia acontecer, à família e nunca se esqueceu da sua recuperação“, finalizou Miguel Gonçalves.
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