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Quem diria que um insulto inventado, saído de uma mente fértil em redes sociais, levaria dois rostos mediáticos a sentarem-se frente a frente num tribunal de Lisboa? José “Zezé” Camarinha, outrora o “playboy do Algarve”, e Duarte Siopa, apresentador de rosto sereno e dicção pausada, protagonizaram esta semana um capítulo digno de novela: o julgamento pelo uso reiterado do termo “rabinossauro”.
O Ministério Público não achou graça nenhuma ao neologismo: segundo a acusação, trata-se de uma ofensa grave, “gratuita e atentatória da honra”, que terá custado a Siopa não só o lugar no programa Manhã CM, mas também uma série de contratos publicitários. O apresentador foi claro nas suas declarações: falou de prejuízos financeiros e de uma reputação manchada por um insulto que se tornou viral.
Camarinha, fiel ao seu estilo provocador, optou por não abrir a boca em tribunal. Fala onde se sente mais confortável: no Facebook e no Instagram. Aliás, até na manhã do julgamento voltou à carga, escrevendo “Hoje, julgamento dos rabinossauros em Lisboa” — gesto que, segundo a acusação, demonstra ausência de arrependimento.
A história começa em 2023, com publicações que foram de ligeiramente sarcásticas a abertamente ofensivas. O MP viu aqui injúria agravada, o que, segundo o Código Penal, pode render prisão ou multa — mas ninguém espera ver Zezé atrás das grades. Mais provável será uma indemnização a rondar os 20 mil euros, caso o tribunal considere que houve dolo e danos reais.
As próximas sessões irão ouvir testemunhas da televisão e das marcas que abandonaram Siopa no auge da polémica. A decisão final deverá ser lida no outono. Até lá, o ex-“playboy” continua firme no seu discurso de “liberdade de expressão”, enquanto Siopa prefere o silêncio — talvez na esperança de que os tribunais façam por ele o que os likes e comentários já não conseguem.
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